quarta-feira, 24 de junho de 2009

Presente de Aniversário

A noite passada eu li você.
Então percebi um paralelo entre pessoas e livros.


Como eu estava em você, e sabia,
acabei lendo também um pouco de mim.

Ler alguém que lhe contém, ainda que em capítulos
ou em parágrafo, não é para qualquer um.

É preciso coragem para interpretar corretamente.
Para aceitar um pedaço da sua história, ou da pessôa a qual se lê.

Fato é, que se descobre romance, prosa ou poema apenas durante a leitura.
Não é como um livro que você escolhe o que ler. Só o que lhe convém.

Mesmo assim, como em um livro, você para quando quiser.
E confesso, que com receio de descobrir o que não queria, te encerrei.
Te interrompi.

Assim como se faz com um marcador de páginas,
para simplesmente voltar a ler-te depois. Outro dia.

Acordei com as mãos em você e,
com medo e marcador de lado voltei a mimha leitura. A você. A mim.

E digo com certeza que, de extrema importância é se você não chegar ao fim,
pois se o marcador não andar, se o medo não parar,
você não conhecece nunca o livro que se propôs a ler.


Ontem a noite eu li você.
Li e entendi.
E hoje, apenas hoje pela manhã
aceitei a nossa história.

E, mesmo sem saber se é romance,
poesia ou apenas um dedo de prosa, sei que estaremos sempre nas estantes,
ou nos instantes de um e do outro.

(É muito bom ser a musa desse poema lindo)

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