Quando a razão perder o sentido
E tudo cheirar a matemática.
Rebobina e vê:
É tudo culpa do Sócrates.
segunda-feira, 27 de julho de 2009
sábado, 18 de julho de 2009
Trabalho póstumo
Articular autópsias
armada de silêncios
inverossímeis e avessos.
É o fado
ao qual não escapo:
sofrer prosaicamente.
armada de silêncios
inverossímeis e avessos.
É o fado
ao qual não escapo:
sofrer prosaicamente.
domingo, 12 de julho de 2009
Reencontro
Dois amigos de longa data e que há muito não se viam reencontram-se inesperadamente num bar de São Paulo. Após as devidas surpresas, interrogam-se sobre o rumo que suas vidas haviam tomado:
- Eu me formei em medicina, passei uma temporada na África como voluntário, depois desencanei da carreira, conheci uma publicitária argentina e abrimos um ateliê de arte, que junta todo quanto é tipo de gente, é bem bacana, você precisa dar um pulo lá qualquer dia. E vc?
- Eu? Eu li Grande Sertão:Veredas.
- Eu me formei em medicina, passei uma temporada na África como voluntário, depois desencanei da carreira, conheci uma publicitária argentina e abrimos um ateliê de arte, que junta todo quanto é tipo de gente, é bem bacana, você precisa dar um pulo lá qualquer dia. E vc?
- Eu? Eu li Grande Sertão:Veredas.
Tudo que não era ela se desvaneceu.
Eu não sei se gosto da arte dela. Eu gosto dela. Talvez ela mesma seja sua própria obra de arte, e qualquer tentativa além dessa plasticidade seja metalinguística enferrujada.
Ela não é do tipo personagem, é do tipo Antologia Completa reunida em Edição de Aniversário. Com capa dura e tudo. Daquelas que a gente se sente abençoado por ter conhecido, aquela cujo espírito transborda e reflete o nosso próprio espírito, aquela coisa de ler um livro e rir sozinha no ônibus lotado.
Eu não sei.
Mulheres bonitas me confundem.
sexta-feira, 3 de julho de 2009
Olhos
Amêndoas que se suicidam do topo de suas árvores.
Experimentam-se entre si numa dança de morte.
E ressucitam toda matéria que as envolve.
Sementes de tez. Tens o poder dos que são sem saber.
Dos perdoados.
Todos seus quilômetros interditados.
Sementes suicidas.Tens a beleza dos que se rebelam.
E dos que choram pela manhã.
(A uns olhos que eu não costumo mais encontrar por aí)
Experimentam-se entre si numa dança de morte.
E ressucitam toda matéria que as envolve.
Sementes de tez. Tens o poder dos que são sem saber.
Dos perdoados.
Todos seus quilômetros interditados.
Sementes suicidas.Tens a beleza dos que se rebelam.
E dos que choram pela manhã.
(A uns olhos que eu não costumo mais encontrar por aí)
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